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Risco de infarto: saiba como se cuidar no inverno

| Cardiologia geral
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Quem prefere os dias mais gelados não vê a hora de chegar o inverno. As temperaturas mais baixas, as bebidas mais quentes e o clima convidam para o aconchego. Mas você sabia que o risco de infarto é maior no inverno?

Sim, e a diferença no número de casos com relação ao verão é que comprova essa afirmação. Neste artigo, vamos falar sobre o que leva ao aumento do risco e quais cuidados tomar para evitar essa ocorrência. Siga com a gente.

O que é o infarto do miocárdio?

Antes de falarmos sobre a influência do clima nos ataques cardíacos, é importante esclarecer o que é esse acidente que fez quase 100 mil vítimas fatais no Brasil em 2019, de acordo com as estatísticas do DataSus.

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando existe um bloqueio repentino em uma artéria coronariana. Isso reduz sensivelmente ou mesmo interrompe o fornecimento de sangue para o miocárdio, que é o músculo cardíaco. Se esse fluxo for cortado por mais de alguns minutos, o tecido cardíaco morre. 

O ataque cardíaco — ou infarto do miocárdio — é a morte do tecido cardíaco devido a falta de irrigação sanguínea no órgão.

Por que o risco de infarto aumenta no inverno?

Dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Cardiologia mostram que o número de infartos aumenta em até 30% nos períodos mais frios do ano, principalmente quando as temperaturas ficam abaixo dos 14 graus. 

Estima-se que os mais atingidos sejam as pessoas entre 75 e 84 anos. E, a cada 10 graus a menos no termômetro, os riscos crescem 7%. As causas mais prováveis estão relacionadas a dois fatores básicos:

Aumento da pressão arterial

Para manter a temperatura corporal ideal, é comum que haja a constrição dos vasos sanguíneos. Os receptores nervosos localizados na pele, ao sentirem a temperatura baixar, estimulam a liberação de substâncias que contraem os vasos sanguíneos para manter a temperatura corporal em 36 graus. 

Esse estreitamento obriga o coração a fazer mais força para bombear o sangue pelo corpo. Com isso, a  pressão sanguínea aumenta, facilitando o desprendimento de placas de gordura que podem estar nas artérias. Se uma placa de gordura se desprende, o  fluxo de sangue para coração o cérebro pode ser bloqueado.

Baixa hidratação

Este é outro ponto que pode desencadear um ataque cardíaco. A hidratação adequada é essencial para fluidificar o sangue e evitar, assim, a formação de coágulos. 

Durante o inverno, as pessoas tendem a beber menos líquido. Com mais chances de formação de coágulos,  pode ocorrer o fechamento das artérias do coração, aumentando os riscos de um infarto do miocárdio.

Como evitar o risco de infarto no inverno?

Evitar o risco de infarto, no inverno ou no verão, passa por cuidados elementares com a saúde, adotando uma rotina de alimentação balanceada, atividades físicas e exames preventivos de rotina, com um cardiologista de confiança.

Além desses hábitos, é importante estar atento aos fatores de risco diretamente relacionados aos períodos mais frios do ano. Assim, algumas recomendações básicas são:

  • Mantenha-se sempre bem agasalhado e aquecido. Desta forma, o corpo poderá manter a temperatura estável um esforço excessivo dos vasos sanguíneos. Consumir chás e bebidas quentes também ajuda a relaxar e aquecer — o corpo e a alma!
  • Beba muita água. A hidratação acaba ficando esquecida quando a temperatura lá fora está mais baixa. É natural que sintamos menos sede, mas é preciso estar atento à hidratação mesmo assim. Além da água pura, você pode consumir líquidos na forma de sopas, caldos, sucos, chás e café.
  • Continue se exercitando. Os dias mais frios tiram um pouco da coragem de praticar atividades físicas, mas elas continuam sendo fundamentais em qualquer estação do ano. Por isso, não pare de se movimentar, mesmo que seja apenas uma caminhada. 

Qual o sinal de que é preciso procurar um médico?

Ainda que existam casos de infarto silencioso — ou seja, sem dor —, ele é menos comum. Por isso, o primeiro sinal é o desconforto na região do peito, com dor intensa, queimação e formigamento.

Outros sinais como sudorese e palidez, são indícios de que é preciso buscar ajuda imediatamente, sob o risco de não haver tempo para o socorro. Parece alarmista, mas é preciso compreender a gravidade da situação.

Mais uma vez, é fundamental destacar a importância dos cuidados preventivos para manter a saúde do coração sempre em dia. Procure fazer visitas periódicas ao cardiologista e introduzir hábitos saudáveis na rotina. Se precisar de uma consulta ou qualquer outro atendimento, entre em contato com a minha equipe e agende sua visita . Estarei à espera para cuidar da sua saúde! Até breve.

Dra. Cristina Silveira
CRM 20996 SC RQE 12315

Cardiologista pela SBC, com atuação em Florianópolis, realiza acompanhamento à saúde do coração para mulheres, idosos e pacientes com câncer além de diagnósticos cardiológicos preventivos e pré-operatórios.