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O que é a cardio-oncologia?

| Cardio-oncologia
cardiooncologia florianopolis

A cardio-oncologia, também chamada de cardiologia oncológica, é uma especialidade médica voltada aos cuidados com as doenças cardiovasculares que podem acometer pacientes com câncer ou que já fizeram tratamento oncológico.

O principal objetivo é o tratamento e prevenção das complicações cardiovasculares relacionadas aos agentes terapêuticos da quimio, radio e imunoterapia, para proporcionar melhor qualidade de vida e saúde aos pacientes.

De acordo com I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia, é necessário desmistificar a visão que a doença cardíaca é uma barreira para o tratamento efetivo do paciente com câncer. Ao contrário, os avanços na área médica permitiram uma melhora significativa da qualidade de vida, ao mesmo tempo em que evita os riscos dos efeitos colaterais dos tratamentos.

Neste artigo vou te explicar o que é a cardio-oncologia e quando é a melhor hora para procurar um especialista. Boa leitura!

A importância da cardio-oncologia no tratamento do câncer

O crescente incentivo às pesquisas na área médica, em conjunto com o avanço tecnológico, abriu caminhos para novos tratamentos eficazes contra o câncer, proporcionando maiores chances de cura e maior sobrevida a um expressivo número de pacientes, em todas as faixas etárias.

É isso que mostra o mais recente estudo publicado na Revista Brasileira de Cancerologia, destacando todo o arsenal terapêutico disponível para tratamento do câncer e oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes.

Um relatório publicado pela American Cancer Society (ACS) demostrou que os novos tratamentos ajudaram na redução da taxa de mortalidade nas últimas duas décadas.

Contudo, alguns agentes usados nas terapias contra o câncer podem ocasionar complicações e efeitos adversos, o que pode afetar a condução do tratamento e o controle da doença. Entre os problemas mais comuns, encontra-se a cardiotoxicidade, isto é, o prejuízo ao funcionamento do sistema cardiovascular provocado pelos medicamentos utilizados na quimioterapia.

As consequências incluem o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, infarto, arritmias, hipertensão e pericadites.

No entanto, com o acompanhamento especializado com cardio-oncologia, é possível controlar essas complicações, colaborando para maior efetividade no tratamento contra o câncer.

Quando procurar um cardio-oncologista?

O tratamento oncológico pode colocar o coração em risco de várias formas. Alguns quimioterápicos, por exemplo, podem danificar o músculo cardíaco, interferindo na capacidade de bombeamento do sangue, o que pode resultar em um quadro de insuficiência cardíaca. O efeito pode ser surgir até mesmo alguns anos após o fim do tratamento e ser irreversível em alguns casos.

Os quimioterápicos que estão mais frequentemente associados à cardiotoxicidade são aqueles empregados no tratamento para câncer de mama, pulmão, bexiga, linfomas, leucemias, entre outros.

A radioterapia aplicada na região do tórax também pode comprometer o órgão, levando ao desenvolvimento de doença arterial coronariana, aumentando as chances de infarto do miocárdio.

Por isso, recomenda-se procurar um cardio-oncologista antes mesmo do início do tratamento, para que o médico faça o acompanhamento do paciente e, assim, possa ajudar a diminuir a chance de problemas cardíacos mais graves

Normalmente, há alguns sintomas que evidenciam a probabilidade de doenças cardíacas, como:

cansaço para atividades que antes executava normalmentefalta de ardor no peitopalpitaçõesinchaço nos membros inferiores (pernas e pés)

Contudo, há pacientes que não apresentam nenhum sintoma. Por serem portadores de fatores de risco para problemas cardíacos (hipertensão, diabetes…) devem manter o acompanhamento regular com cardiologista, mesmo durante o tratamento do câncer. Não se deve descuidar do coração nesse momento.

Como é o tratamento da cardio-oncologia?

É importante lembrar que o paciente não deve deixar de receber as medicações e procedimentos para vencer o câncer, ainda mais diante da eficácia dos recursos terapêuticos. Porém, o trabalho da cardiologia oncológica é orientar a administração correta e segura dos agentes para a prevenção das doenças cardíacas.

Por isso, em muitos casos, o cardio-oncologista irá monitorar os pacientes que apresentam maior risco de cardiotoxicidade e, com um tratamento preventivo, evitar futuras complicações.

Os médicos podem recomendar terapias alternativas, como mudanças nos hábitos alimentares para combater problemas como a hipertensão, bem como o tratamento de comorbidades relacionadas ao câncer e doenças cardíacas (diabetes, colesterol alto, sedentarismo, entre outros).

Em alguns casos, o cardio-oncologista pode prescrever a administração de medicamentos, que podem ser usados em conjunto com as terapias contra o câncer. No caso de pacientes com o coração muito debilitado, o médico pode recomendar a modificação do tratamento.

Os avanços da cardio-oncologia

Atualmente, a identificação dos pacientes oncológicos com alto risco para desenvolvimento de doenças cardíacas é uma das principais estratégias dos programas de cardio-oncologia da Sociedade Internacional de Cardio-Oncologia.

A partir disso, é possível reduzir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada ao tratamento contra o câncer e colaborar para um aumento na expectativa de vida dos pacientes oncológicos, além de reduzir o surgimento de doenças relacionadas.

Vale dizer que o cardio-oncologista faz um trabalho multidisciplinar e que envolve não só o paciente, mas toda a família e sociedade. Afinal de contas, é necessário promover a conscientização das medidas preventivas que podem colaborar para reduzir as complicações do tratamento contra o câncer.

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Dra. Cristina Silveira CRM 20996 SC RQE 12315
Silveira